O mês passado foi o melhor mês de fevereiro em vendas de autos na história, com 274.000 carros, comerciais leves e pesados vendidos. Ano a ano o crescimento superou 24%.
No entanto, deve-se observar que no ano passado o carnaval (a festa tradicional de cinco dias) que literalmente leva o país a uma parada – ocorreu em fevereiro, resultando em um tráfego aos showrooms muito menor. Esta diferença sazonal explica em parte a curva de crescimento.
No entanto, as vendas nos dois primeiros meses de 2011 melhorou 19,5% face ao mesmo período em 2010 e bem acima da previsão de 5% da Anfavea para o ano.
Um nivelamento das vendas é, no entanto, prevista para este mês de carnaval, a festa em todo o país foi encerrada em 09 de março. A base comparativa com março de 2010, quando os incentivos fiscais do ano passado cessaram, será bem interessante.
Até agora neste ano, a restrição de crédito imposta pelo Banco Central não tem afetado as vendas de carros novos e usados. Concessionárias e os bancos encontraram formas criativas de diluir os pagamentos para financiamentos de modo a oferecer juros mais baixos.
Porém, pelo segundo mês consecutivo, a quota de mercado dos chamados carros “populares”, ou seja, os modelos de nível de entrada com motor até 1 litro (61 polegadas cúbicas), continuou em queda. Em fevereiro, foi de 45,8%, cerca de seis pontos percentuais abaixo da média dos últimos anos.
As concessionárias dizem que um dos motivos é o aumento da taxa de juros para financiamentos de longo prazo (60 meses), que atingiu o segmento de entrada mais duramente, prejudicando as vendas.
Mas há aqueles que atribuem esse fato a “evolução do mercado”. Os consumidores estão com maior poder de compra e consideram a diferença de preço insuficiente para justificar a compra dos modelos de um litro que oferecem desempenho inferior e economia de combustível desproporcionalmente menor.
Outros compradores brasileiros estão comprando cada vez mais modelos importados, a grande maioria dos quais são equipados com motores mais fortes que os de um litro (1.0).
Nos próximos meses, esta tendência será acompanhada de perto por todos os fabricantes e importadores. Afinal, as margens de lucro dos carros “populares” são extremamente estreitas. Será? Vamos ver o que vai acontecer.